quinta-feira, 30 de outubro de 2008


Ferdinand de Saussure


Ferdinand de Saussure (Genebra, 26 de novembro de 1857 - Morges, 22 de fevereiro de 1913) foi um lingüista suíço cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da lingüística enquanto ciência e desencadearam o surgimento do estruturalismo. Além disso, o pensamento de Saussure estimulou muitos dos questionamentos que comparecem na lingüística do século XX.
Filho de um eminente naturalista, foi logo introduzido aos estudos lingüísticos por um filólogo e amigo da família, Adolphe Pictet. Saussure estudou Física e Química, mas continuou fazendo cursos de gramática grega e latina. Por fim, convenceu-se que sua carreira estava nos estudos da linguagem e ingressou na Sociedade Lingüística de Paris. Estudou línguas européias em Leipzig e aos vinte e um anos publicou uma dissertação sobre o primitivo sistema das vogais nas línguas indo-européias, a qual foi muito bem aceita. Defendeu sua tese sobre o uso do caso genitivo em sânscrito, em Berlim, e depois retornou à Paris, onde passou a ensinar Sânscrito, Gótico e Alto Alemão e depois Filologia Indo-Européia. Retornou a Genebra, onde lecionou sânscrito e lingüística histórica em geral. Em 1906 foi encarregado de ensinar Lingüística Geral, e com isso realizou conferências que apresentaram conceitos que mudaram completamente o modo de encarar a lingüística.
Entendia a linguística como um ramo da ciência mais geral dos signos, que ele propôs fosse chamada de Semiologia. Graças aos seus estudos e ao trabalho de Leonard Bloomfield, a lingüística adquire autonomia e seu objeto e método próprio passam a ser delineados. Seus conceitos serviram de base para o desenvolvimento do estruturalismo no século XX.

Obras
Paralelamente ao trabalho teórico mais tarde reunido na obra Cours de Linguistique Générale, Saussure realizou, entre 1906 e 1909, um outro estudo que é comumente chamado de Os anagramas de Saussure. Nesse trabalho paralelo, o mestre genebrino perscrutou um corpus (amostra) de poemas clássicos para tentar provar a existência de um mecanismo de composição poética baseado na análise fônica das palavras; mecanismo este formado pelo anagrama e pelo hipograma. O hipograma (palavra-tema) é o nome de um deus ou de um herói diluído foneticamente no poema. O anagrama, por sua vez, é o processo que propicia a diluição do hipograma nos versos.
Morreu prematuramente em 1913. Após sua morte, seus alunos buscaram o arquivo de notas do mestre no intuito de publicar um livro que apresentasse a doutrina exposta em seus cursos e que abria novos horizontes para a lingüística. Contudo, as buscas foram frustradas e nenhuma nota foi encontrada. Assim, liderados por Charles Bally e Albert Sechehaye, resolveram compilar e comparar as notas dos alunos feitas durante as aulas. Esse trabalho culminou na obra Curso de Lingüística Geral (Cours de Linguistique Générale), publicada em 1915, ainda hoje leitura obrigatória para todos os estudantes e pesquisadores de lingüística.

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